Mortal Kombat 11 | Vale a Pena?



    Certamente, Mortal Kombat 11 é um dos jogos de luta mais aguardados, não apenas desse ano, mas da geração atual de videogames. O jogo promete ser a continuação dos eventos ocorridos na história de Mortal Kombat X, introduzindo a volta de personagens "klássicos" e apresentando outros inéditos. Eu já joguei o jogo por diversas horas e vou dar minhas impressões do jogo como um todo.

Aviso importante: essa análise não contém spoilers da história de Mortal Kombat 11, referenciando apenas pequenos detalhes já mostrados em sua sinopse e em trailers oficiais do jogo. Contém spoilers pesados de Mortal Kombat X. 

    Mortal Kombat 11. O jogo da Netherrealm Studios que fez toda uma comunidade de jogos de luta se unir ansiosamente para ver qual seria a próxima evolução da famosa série baseada em lutas, fatalidades e muito sangue. A história se passa após os últimos eventos de Mortal Kombat X, quando Cassie Cage derrota o Deus Ancestral da Morte, Shinnok. Ele então é aprisionado e logo após executado por Raiden, em sua versão sombria e corrompida, que foi resultado da obtenção do amuleto de Shinnok. A nova vilã se chama Kronika. Denominada como a guardiã do tempo, ela promete então restaurar o equilíbrio do espaço-tempo, que estaria bagunçado pelas ações do Raiden. Para isso, ela precisa de uma gigantesca e poderosa Ampulheta para que possa recomeçar o tempo na estaca zero e eliminar o Deus do Trovão da existência.



       Mortal Kombat é, sem dúvidas, uma das franquias de luta mais reconhecidas mundialmente no mundo dos videogames e famosa pela sua brutalidade sem limite algum. O novo jogo da série, Mortal Kombat 11, traz assim como em seus jogos antecessores, o combate "klássico" em 2D, com gráficos ainda mais bonitos e texturas impressionantes. Lutadores novos e antigos, novas arenas e outras que já vimos no passado, e claro: uma nova história cinematográfica. Mortal Kombat 11 foi lançado em 2019 pela Netherrealm Studios e está disponível para Playstation 4, Xbox One, Nintendo Switch e PC. Além disso, o jogo possui aprimoramento gratuito para os consoles da nona geração (PS5 e Xbox Series).

    A seleção de personagens de Mortal Kombat 11 apresenta uma mistura entre personagens old-school e pedidos frequentemente em jogos anteriores, como Noob Saibot, Jade e Kabal; personagens que retornam do jogo anterior, como Kotal Kahn, D'Vorah e Erron Black, e personagens introduzidos pela primeira vez em Mortal Kombat 11, dentre eles: Geras, Kollector e Cetrion. No total, o elenco apresenta 25 lutadores, sendo um deles Shao Kahn, que é possível obtê-lo ao fazer a pré-venda do jogo ou comprá-lo individualmente. Além disso, você deve jogar a campanha para desbloquear a Frost. Apesar de uma justa seleção de personagens, clássicos como Reptile e Ermac, causando insatisfação do público-alvo. Já outros, como Mileena, Shang Tsung e Sindel tornaram-se personagens avulsos, que devem ser desbloqueados com dinheiro real.

    Além dos 25 lutadores iniciais, a Netherrealm Studios trouxe uma grande leva de conteúdo pago, incluindo dois Pacotes de Kombate e uma continuação ao modo história, mas isso será comentado em outra hora. Assim como Mortal Kombat X, a empresa traz lutadores extras para a série, porém pagos, e sinceramente, caros. Portanto, deve pagar uma quantia a mais além do jogo se quiser obter todos os lutadores disponíveis para jogar. O primeiro Pacote de Kombate possui a presença de Shang Tsung, Nightwolf, Exterminador do Futuro T-800 com a cara de Arnold Schwarzenegger, Sindel, Spawn e Coringa. Apesar de ser uma seleção de seis personagens bem pedidos pela comunidade, o alto preço do Pacote de Kombate ainda não é justificado e causa frustração. Outros personagens também adicionados posteriormente são Rain, Mileena, Rambo (com voz e captura facial de Stallone), Robocop, Sheeva e Fujin.





    Sobre a jogabilidade, está mais fluída como nunca. A gameplay de Mortal Kombat 11 apresentou muitas mudanças positivas em relação ao Mortal Kombat X. Além disso, técnicas de Mortal Kombat 9 como o Dash Cancel retornaram. Uma grande novidade, introduzida pela primeira vez à série, é o Fatal Blow. Diferente do Raio-X, essa nova técnica permite que você utilize seu ataque especial quanto estiver apenas com 30% de sua vida completa. Já em MK9 e MKX, você disponibilizava o seu ataque especial apenas ao jogar, enchendo barras. É notável também que, ao comparar com os dois jogos anteriores, conclui-se que Mortal Kombat 11 é o jogo mais lento da série. Além disso, a possibilidade de fazer combos super estendidos foram diminuídas de maneira brusca. O jogo funciona de uma maneira muito mais tática do que apenas decorar comandos, obrigando em certos momentos a utilizar mais as barras de prolongar golpes. 

    Outra grande novidade é o Krushing Blow: Caso você acerte ataques únicos ao seu oponente, cumprindo determinados requisitos, você poderá fazer variantes desse ataque, possibilitando o aumento de dano ao oponente ou a prolongação de combos. Nos krushing blows, são garantidas cenas ultra-violentas, parecidas com o Fatal Blow.

    Falando sobre as finalizações, o que seria de Mortal Kombat sem os icônicos Fatalities? Já dizia Ed Boon, durante a revelação de gameplay do jogo. Mais violentos e sangrentos do que nunca, o Fatality está de volta mais uma vez, ao lado de outras finalizações. O Brutality está de volta, e possui os mesmos requisitos de Mortal Kombat X: deve ser realizado por meio de golpes normais do lutador e, às vezes, com determinadas condições. Além disso, o Friendship e o Mercy também estão de volta.

   O jogo apresentou mais diversas alterações em comparação ao título antecessor, Mortal Kombat 10. Por exemplo, o sistema de três barras únicas foi removido. Agora, todo personagem tem quatro barras, sendo duas para comandos ofensivos, como o aprimoramento de ataques únicos, e duas para defensivos, como escapar de combos através de rolamentos e esquivas. A interface de gameplay está colorida e viva, ao contrário de MKX, que foi criticada pela sua simplicidade e paleta de cores morta, resumida no preto e branco. 

    A trilha sonora orquestrada também chama a atenção no começo, mas na minha opinião, é pouco memorável e não chega aos pés da OST do Mortal Kombat 9. Porém, caso queira tirar suas próprias conclusões, pode escutá-la agora mesmo no Spotify ou no Youtube.



    Ainda falando na jogabilidade, vamos falar de um sistema que retornou de Mortal Kombat X, mas agora mil vezes mais aprimorado: a personalização. Em Mortal Kombat 11, você pode criar suas próprias variações personalizadas, escolhendo seus visuais, equipamentos e ataques especiais. É possível fazer até cinco variações para cada personagem e são inúmeras opções de customização. Apesar disso, partidas ranqueadas on-line possuem variações padrões, impossibilitando do jogador escolher a sua própria.

    Em contrapartida, o grande catálogo de cosméticos acarreta em uma cansativa jornada para desbloquear todos eles. Isso se deve ao fato de que a Kripta torna-se entediante a certo ponto, no momento em que você explora todo o ambiente e deve reiniciar todos os baús e apostar moedas para ter sorte e ganhar o item que deseja. Diferente de Mortal Kombat X, os baús da Kripta de MK11 não possuem itens definidos, mas totalmente aleatórios, inclusive os fatalities e brutalities. O grande custo desses baús para recompensas desprezíveis, como ícones de jogadores, é um fator decepcionante.



    Partindo para o ponto competitivo, adianto que, na minha opinião, o on-line é o maior ponto fraco desse jogo, pelo fato de ser pouco recompensador, apresentar diversos problemas de conexão e outros pontos injustos, principalmente vistos na Liga de Kombate. Além disso, criar variações personalizadas para não poder usá-las no competitivo é uma decisão sem cabimento algum.

    Apesar dessas ocorrências negativas, o sistema de progressão da Liga de Kombate faz o usuário querer jogar sem parar, até conseguir todas as recompensas inéditas oferecidas ao subir de nivelação, como skins temáticas para certos personagens, equipamentos, gemas, entre outros.

    O conteúdo off-line, por sua vez, está recheado de conteúdo e novidades. A Kripta retornou ao novo jogo da franquia, e trouxe uma nova experiência única e totalmente diferente do que conhecemos de Mortal Kombat e até mesmo de Kriptas passadas. Agora, você controla um personagem, o Descendente de Apep, na perspectiva de terceira pessoa. Com ele, você explora a grande Ilha de Shang Tsung, e com o tempo, descobre novas áreas, atalhos e segredos ao realizar desafios e melhorando as habilidades do aventureiro. Apesar de ser um modo divertido e inovador para a série, muitos criticaram o sistema de "grind", ao ter que depositar de 75.000 a 100.000 moedas em um santuário, que lhe fornece um item cosmético aleatório.

     As Torres do Tempo também estão de volta. Para quem não está familiarizado, essas torres se alternam ao vivo em determinado tempo, cada uma com condições especiais e recompensas diferentes. Até agora, é sem dúvidas, a melhor opção para resgatar cosméticos para os lutadores do jogo.


Enfim, vale a pena?

   Mortal Kombat 11 é uma grande evolução da série e fecha bem a trilogia, apesar de decepcionar em alguns fatores, sendo na maioria deles, problemas relacionados à rede on-line. Porém, fatores positivos como uma boa história, gameplay fluída, gráficos renovados e fatalities brutais, além de uma Kripta completamente divertida, fazem de Mortal Kombat 11 um dos melhores jogos de luta da geração. Se você é um grande fã da série e pensa em comprá-lo, não tenha dúvidas que se divertirá jogando. Entretanto, jogos da Netherrealm Studios costumam obter edições atualizadas, com todas as DLCs inclusas a cerca de um ano pós-lançamento. Portanto, caso queira economizar no bolso para ter seu jogo completo, espere pela versão definitiva. 

 - VALE A PENA!

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